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EXPOSIÇÃO

Canção de Joana d'Arc

Individual de Flávio Colker

Curadoria Renata Gesomino

Texto curatorial

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sedução, que sua noite seja abençoada.

epifania ou incerteza, o mesmo impulso de ver através deste espelho, de vários olhos e lentes. faces várias brotam.

talvez... para que saibam que você existiu. 

sussurros invadem seu olhar agora que percebe o quanto deixou de ouvir ao pular essa margem onde muito se pode escutar. nada divisória mas seguidamente ilusória: entre o que se vê e o que se ouve, enquanto meia palavra basta.

nunca tinha tocado em você assim. tão belo esse desejo vagando até a luz conjugar o entardecer. e nessas cores refletidas naqueles vidros da janela, sentir o vermelho queimando junto as cinzas chumbo no ar. antes que a luz esmaecendo naquela tarde de sol mostrasse ainda sua força no muro branco. O mesmo branco agora ela veste, transparente em movimentos. sussurrando porque não existe som sem deslocar o ar, segue até outro muro desta vez em vermelho mais suave, revela a bela figura pintada nele. sempre ela.

quase a mesma cor de barro vermelho da escada levando mais luz. vejo o vestido dela inflado pelo vento, entre verdes e azuis da pequena mata. ali a pedra repete o mito da paciência, ao abrigar suas vozes. afinal, as histórias não nos abandonaram. quando a imagem conta um poema escreve nas cores conjugando luz e formas porque falam por esses andares dela. sempre ela.

Joana D’Arc 

 

Texto: Lilian Zaremba

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