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EXPOSIÇÃO

OUÇA- ME RUGIR

 

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OUÇA - ME RUGIR

Iris Laerte

Por Isabelle Baroni

 

As multifaces do trabalho de Iris Laerte são uma característica inquestionável. Sua habilidade se manifesta não apenas na destreza técnica, mas na coragem de abordar temas profundos e muitas vezes espinhosos. O artista não apenas testemunha, mas também se torna uma voz ativa nas discussões sobre o papel do Estado na tessitura social, fazendo ecoar os rugidos silenciados, as histórias não contadas e as lutas do cotidiano. Assim como a homônima deusa, Iris se torna o mensageiro contemporâneo, mostrando, falando e exclamando suas inúmeras realidades, desvendando nuances de seu contexto pessoal.

 

"Todas as vidas ceifadas pelo Estado de inúmeras formas", frase final de sua biografia, torna-se inspiração para "Ouça-me rugir". A poderosa declaração ecoa não apenas como marco na carreira da artista, mas como um chamado à ação. Seus processos artísticos abrangem desde sobreposições cromáticas sob tela, a arte digital e ensaios fotográficos. Nesses, Iris explora sua identidade na ausência do próprio rosto, enquanto outra obra sua substitui Monalisa por Anastácia. Em sua primeira exposição individual, brilha o destemor de Iris para reescrever a história da arte incompatível com a cidade carioca. Em meio a tantos veículos artísticos, destaca-se sua sensibilidade para criar a estética do caos-controlado que espelha sua realidade. A narrativa da exposição nos traz ao universo de Iris, um jovem reconquistando o controle de suas experiências e memórias.

 

Em meio a contrastes de cores hiper saturadas, figuras exageradas e uma infinidade de traços abstratos, o drama de suas séries de pinturas é contraposto com obras de colagens provocativas e esculturas amorfas. Assim, a adaptabilidade da prática se revela como uma busca incessante pela verdade, uma busca que transcende as restrições de um só meio. Em cada obra, ela tece uma narrativa que não apenas documenta, mas apresenta-se como expositiva, desafiando-nos a repensar as estruturas que moldam nossas vidas. Mais do que artista plástico, Iris é um documentarista, tecendo seu próprio cânone.

 

Iris, a jovem artista, estudante e cria do Complexo da Maré nos convida a observar os entretons de seus pontos de vista. Aqui, apresentam-se obras que refletem e dialogam com a arte do Rio de Janeiro contemporâneo - o RJ de novos epicentros culturais com linhas borradas entre jornalismo e cosmos fictício.

 

 

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